terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Estradas, sonhos e você

Era finados de 1998,
era, então, 2 de novembro.
São Paulo fazia frio, mesmo não tanto chovendo.
Plataforma 47, disso ainda bem me lembro.
A saudade me cortava como fio de navalha,
mas eu e você sabemos
que me entreguei às estradas
eu, a viola e um sonho:
tentar aqui, acolá,
replantar na caminhada um rima
de resgate à cultura popular.
Bateram 22 horas,
embarquei pro meu destino
com coração de poeta.
Como riso de menino pensei nas Minas Gerais
com um horizonte tão belo!
Canto da minhas paradas,
canteiro do meu nascer,
regresso que sempre quero.
O ônibus ia seguindo...
seguia meu pensamento.
Com um assovio de lamento
do vento em minha janela
descansei minha viola
e, num tempo, pro seu sorriso
voltei sem fazer juízo
mulher companheira e bela.
Zé Pinto

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