sábado, 15 de novembro de 2008

Qual o caminho?

Pena que as armas não atiram rosas
assim, Eldorado seria um jardim.
Pena que o aroma não era de flores
pois Corumbiara não cheira jasmim.
Carandiru chora prisões inclementes,
Candelária clama risos inocentes.
O vento percorre cidades e campos
e os pés imigrantes procuram seu canto
e um velho poeta falou dessa gente
de portas na cara, de longas estradas,
de quem uma casa nem tem pra morar.
Justiça? Procuram.
Mas onde é que está?
Pois sempre escutam, do lado de lá
um riso satânico de quem não tem planos
de pôr na cadeia quem manda matar.
Matar nosso corpo, matar o sorriso,
matar o juízo de se libertar.
Mas qual o caminho? Me vi perguntar.
Que essa agonia não jogue sementes
na encruzilhada do desanimar.
Mas numa canção juntar nossas mãos
pra juntos trilharmos a mesma estrada
plantando na marra uma poesia
que nos leve um dia
ao mundo dos livres.
Zé Pinto.

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