terça-feira, 25 de novembro de 2008

Companheiras: minha vida...

Moara

Nasceu outra sementinha
a vida deu um sorriso
adubada em moviment
o
chegou num tempo preciso.
Crescerá entre ciranda,
lua clara e poesia.
Tu serás grande
mulher
a juntar muitas Marias.
E mais que uma flor qualquer
tu serás rosa vermelha,
pois enfeitar é preciso
.
Tomara te ver caminho
que conduz ao horizonte.
Uma viola de pinho,
cantiga pra nova fonte
de quem abraçou a causa
de um povo que ai
nda sonha.
E se chamará Moara
a romper longas estradas,
um nome mais do que um
nome.


Dandára

Ainda quando um feto
bem menor que a espera
de alguém que tanto paquera
uma flor desabrochar
já tinha o nome
Dandára
pela raça e pela guerra
e o sonho que um dia ela
seja assim tão camarada
como foram grandes nomes
e outros que ainda vivem
idéias e passos firmes
em nome da lib
erdade.



Matilde

Escrever algumas linhas
aos olhos de primavera
quando as gerais se fez Minas,
o interior se fez belo
o ventre se fez materno
pra receber a menina.
A cantiga de ninar
do choro fez poesia
lá no pico da montanha
o vento soprou a vida
quando o eco da araponga
pelos vales repetia.
A lua se fez donzela
pela fresta da janela,
quando a brisa misturava
ao brilho dos olhos dela.
Cresceu e trombou com um mundo
cheio de contradição.
Viu o riso da ganância
e o choro do não ter pão.
O sonho ficou rebelde,
a luta, convicção.
Me encontrou pelo caminho
e se fez parte de mim
e vamos seguindo assim
o cheiro da multidão.

Zé Pinto.



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