Não sou apenas um índio
que perdeu sua taba
na curva da estrada
que o trator abriu.
Quando arrancou mãe-floresta
quebrou minha flecha
deturpou minha festa
e quase ninguém viu.
Não quero esse lero-lero de quem diz
"não posso, coitado, ai de mim!"
se a Amazônia dá um grito
nós gritamos junto
e rezamos assim:
Ave, ave, santa árvore,
pai nosso do palmital
pão nosso do santo fruto
ribeirinho enfrenta o mal
do homem que trás a cerca,
planta capim e faz curral
amparado num projeto de violência brutal
onde o humano é esquecido
e o boi querido é o tal.
Zé Pinto
que perdeu sua taba
na curva da estrada
que o trator abriu.
Quando arrancou mãe-floresta
quebrou minha flecha
deturpou minha festa
e quase ninguém viu.
Não quero esse lero-lero de quem diz
"não posso, coitado, ai de mim!"
se a Amazônia dá um grito
nós gritamos junto
e rezamos assim:
Ave, ave, santa árvore,
pai nosso do palmital
pão nosso do santo fruto
ribeirinho enfrenta o mal
do homem que trás a cerca,
planta capim e faz curral
amparado num projeto de violência brutal
onde o humano é esquecido
e o boi querido é o tal.
Zé Pinto
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